MENU

O ator Francisco Cuoco, um dos maiores nomes da história da televisão brasileira, morreu nesta quinta-feira (19), aos 91 anos, em São Paulo. A informação foi confirmada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, onde ele estava internado nos últimos meses para tratar uma infecção nos rins e complicações relacionadas a transtornos de ansiedade.
A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos, segundo nota divulgada pela TV Globo. Ainda conforme o comunicado da emissora, o corpo do artista será velado nesta sexta-feira (20), das 7h às 15h, no Funeral Home, no bairro de Bela Vista, em São Paulo. O enterro, porém, será restrito a familiares e amigos.Com uma carreira que atravessou mais de seis décadas, Cuoco se consolidou como protagonista de algumas das novelas mais emblemáticas da televisão, como Pecado Capital (1975), O Astro (1977), Selva de Pedra (1972) e O Sétimo Sentido (1982). Nos últimos anos, fez participações especiais em produções audiovisuais, mantendo-se presente na memória afetiva do público.
A morte de Francisco Cuoco provocou grande comoção nas redes sociais. As homenagens ao ator, relembraram sua importância para a cultura brasileira e seus momentos marcantes em cena.
A atriz Fernanda Montenegro, com quem contracenou em diversas ocasiões ao longo da carreira, fez um tributo emocionado ao colega e amigo. “Querido, tão querido amigo Cuoco. Que saudades tenho da aurora da nossa vida. Nosso primeiro encontro cênico foi no TBC, em 1958, na peça A Muito Curiosa História da Virtuosa Matrona de Éfeso, de Guilherme Figueiredo — seu primeiro trabalho como ator formado pela EAD”, escreveu. “Seguimos juntos em muitas encenações. Lembro, cenicamente, de textos de Arthur Miller, Nelson Rodrigues, Cervantes, Molière, Martins Pena, Pirandello… Francisco Cuoco é um ator absoluto. Um querido e amado ser humano.”Marcelo Serrado recordou a admiração desde o início da carreira: “Quando comecei na TV, eu era muito fã do Cuoco. Depois, tivemos a oportunidade de trabalhar juntos algumas vezes. Ele sempre foi gentil e querido comigo e com todos. Foi-se um dos grandes. Obrigado por tudo, pelo seu talento.”
Miguel Falabella também lamentou a partida do amigo: “Foi-se Francisco Cuoco, cai o pano para este ator que habitou o imaginário de todos nós por tantos anos. Por trás da lendária figura do eterno galã, havia um homem sensível, um colega engraçado e espirituoso, e um profissional de primeira. Demos muitas gargalhadas juntos. Vai deixar saudade. Um beijo, querido. Siga na direção da luz.”
A jornalista Fátima Bernardes relembrou alguns dos papéis mais marcantes do ator: “Acabei de saber da morte do querido Francisco Cuoco — um dos maiores galãs da nossa TV. Quem viu não esquece: Selva de Pedra, O Astro, Pecado Capital, O Semideus. Ele tinha 91 anos e estava internado em São Paulo. Cuoco deixou dois filhos e uma filha, além de uma multidão de fãs que já hoje o lembram com saudade.”
Já a apresentadora Ana Maria Braga destacou a longevidade e o carisma do ator: “O galã que atravessou gerações, que trocou de personagem, mas nunca perdeu o charme… Francisco Cuoco agora faz parte do elenco lá de cima. Obrigada por tantos momentos inesquecíveis. Meus sentimentos aos familiares e amigos.”
As homenagens reiteram o legado de Cuoco, que seguirá vivo na memória afetiva dos brasileiros e nas incontáveis cenas que marcaram a história da televisão nacional.
Natural de São Paulo, Cuoco nasceu em uma família humilde no bairro do Brás. Filho de um feirante italiano e de uma dona de casa, dividia a infância entre o trabalho na feira e as brincadeiras inspiradas em espetáculos de circo. Chegou a iniciar o curso de Direito, mas abandonou a faculdade para se dedicar ao teatro, formando-se na Escola de Arte Dramática (EAD) de São Paulo.
O reconhecimento veio ainda nos palcos, com destaque no Teatro Brasileiro de Comédia e no Teatro dos Sete. Em 1964, recebeu o prêmio da APCA de melhor ator coadjuvante pela peça Boeing-Boeing. Sua estreia na televisão aconteceu no Grande Teatro Tupi, onde se destacou antes de migrar para a TV Globo e se tornar um dos principais galãs da teledramaturgia brasileira.
Apesar de sonhar com o cinema, sua presença foi mais marcante na televisão. No entanto, também participou de produções como Cafundó (2005), ao lado de Lázaro Ramos. Em sua vida pessoal, teve três filhos — Tatiana, Rodrigo e Diogo — frutos do casamento com Gina Rodrigues. Foi casado também com a atriz Carminha Brandão e, mais tarde, com a estilista Thaís Almeida.