As descobertas na bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira, podem elevar as reservas brasileiras em 30%, segundo estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que vê potencial para um volume de 17,7 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) in place somente na parte noroeste da bacia, com 6,2 bilhões de boe recuperáveis.
Desse total, 5,1 bilhões seriam de óleo e 167 bilhões de metros cúbicos de gás natural, levando em conta a média de 35% do fator de recuperação média dos campos offshore brasileiros.
Já na região classificada como Cone Amazonas, na mesma bacia, a estimativa é de 4,2 bilhões de boe in place e 3,4 bilhões de boe recuperável, sendo a maior parte gás natural (477 bilhões de m3) e 400 milhões de boe. Na porção sudeste da bacia, a expectativa é de encontrar 1,2 bilhão de boe in place, com 11 bilhões de m3 de gás natural e 300 milhões de boe. Ao todo, seriam 400 milhões de boe recuperáveis.Ao todo, se confirmadas as projeções, as reservas recuperáveis de gás natural no Brasil poderiam dobrar o volume atual de 700 bilhões de m3, enquanto as reservas de óleo subiriam em 5,8 bilhões de boe, dos atuais 27,5 bilhões de boe, sendo 15,9 bilhões provadas.
O documento faz parte do projeto da EPE “Aprimoramento da Análise de Bacia Sedimentar e Modelagem de Sistemas Petrolíferos”, com previsão de conclusão em 2025.A EPE destacou que desde 2011 não se perfura um poço na bacia da Foz do Amazonas, e ressaltou que no país vizinho, Guiana Francesa, após mais de uma década de intenso estudo e exploração, o patamar previsto de reservas é de 11 bilhões de boe. A Petrobras aguarda há 10 anos licença do Ibama para explorar a região.
Depois de ter a licença negada no ano passado, a estatal recorreu ao Ibama e recebeu mais demandas por informações, principalmente relacionadas aos procedimentos com a fauna em caso de vazamento de óleo. Na semana passada, o Ministério Público Federal do Amapá (MPF-AP) recomendou que o órgão ambiental emita uma decisão definitiva sobre a licença para exploração do bloco FZA-M-59 pela Petrobras.
A estatal pretende perfurar 15 poços na Margem Equatorial até 2029, segundo o Plano de Negócios 2025-2029 divulgado na última quinta-feira, 21.
De acordo com a EPE, existem seis plays (acumulação de óleo e gás) na região de águas profundas e ultraprofundas da bacia da Foz do Amazonas, sendo a porção noroeste (play Limoeiro) onde se espera que ocorram as maiores acumulações, situado a uma distância mínima de 250 km da foz do rio Amazonas. “A formação Limoeiro é considerada uma das mais promissoras da bacia, por sua analogia ao prolífico play das bacias da Guiana e do Suriname”, informa o estudo. Com informações de Agência Estado